Resistência a antibióticos se agrava, avisam especialistas

da France Presse, em Estocolmo

A resistência das bactérias se agrava na Europa e no mundo por causa da excessiva utilização de antibióticos, o que constitui um problema mortal e caro que ameaça a eficácia de setores inteiros da medicina moderna, advertiram especialistas reunidos nesta quarta-feira em Estocolmo.

Bactérias quase invencíveis avançam, em especial no leste e no sul da Europa, destacou um encontro no Centro Europeu de Prevenção e de Controle de Doenças (ECDC), por ocasião da segunda jornada europeia de vigilância, organizada nesta quarta-feira (18) em 32 países.

Segundo pesquisa realizada na Europa, mais da metade (53%) de centenas de responsáveis por serviços de tratamento intensivo viram-se confrontados nos últimos seis anos com, pelo menos, um caso de resistência a todos os antibióticos.

"Sem antibióticos eficazes, os tratamentos médicos modernos como as cirurgias, os transplantes e os cuidados intensivos seriam impossíveis", advertiu Zsuzsanna Jakab, diretora do ECDC.

Os atendimentos especiais a bebês prematuros e a pessoas portadoras de câncer têm necessidade particular de antibióticos eficazes, destacou.

Mortes e prejuízo

O ECDC contabiliza 25 mil mortes ocorridas anualmente na União Europeia causadas por bactérias resistentes. O custo financeiro é avaliado em 1,5 bilhão de euros por ano.

As bactérias resistentes matam, também, dezenas de milhares de pacientes nos Estados Unidos. O Terceiro Mundo, onde os medicamentos são vendidos sem controle, não está a salvo do problema.

No ano passado, alguns países europeus, entre eles Itália, Espanha e Portugal, tinham taxas de resistência superiores a 25% à Escherichia coli, uma das bactérias resistentes mais comuns, contra 2% em 2003.

A Escherichia coli é uma bactéria bacilar Gram-negativa, que, juntamente com o Staphylococcus aureus, é a mais comum e uma das mais antigas bactérias em simbiose com o ser humano.

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