Sindicato prevê ‘caos completo’ nos aeroportos durante a Copa 2014

Presidente do SNEA estima que 260 milhões de passageiros passarão pelos aeroportos no ano do evento
Haverá "caos completo" nos aeroportos brasileiros durante a Copa do Mundo de 2014, disse José Márcio Monsão Mollo, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). "Em 2010, o movimento anual (nos aeroportos) ficou em torno de 155 milhões. Nossa previsão pra 2014 é que vai chegar a mais de 260 milhões de passageiros. O que vai ocorrer é o caos completo, sem dúvida nenhuma", afirmou Mollo, que participou nesta tarde de audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal. O SNEA representa as empresas aéreas.
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado há duas semanas apontou que nove dos 13 aeroportos brasileiros não estarão prontos para o Mundial de 2014. O levantamento provocou uma grande repercussão por denunciar as falhas nos preparativos do evento, mas acabou duramente criticado pelo próprio governo. O ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, chegou a reduzir o estudo a "recorte de jornais".
"Assinamos embaixo as conclusões do Ipea. Também não acreditamos que haja tempo pra tanto", disse Mollo. Segundo ele, mesmo que todas as obras previstas sejam feitas, a maioria dos aeroportos terá a capacidade esgotada já em 2014. Segundo o SNEA, dos 16 aeroportos dos Estados onde ocorrerão jogos da Copa, 11 estariam com a capacidade esgotada no ano do Mundial, ainda que a previsão de obras da Infraero seja cumprida.
O estudo do Ipea foi defendido até por aliados do governo, como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). "Estou convencida de que algo está errado, muito errado, no encaminhamento das construções dos aeroportos. Em vez de criticarmos o trabalho feito pelo Ipea, temos de buscar as saídas e as soluções", disse Grazziotin. O novo presidente da Infraero, Gustavo do Vale, não compareceu à audiência, mas deve ser chamado para falar na comissão nas próximas semanas.

Rafael Moraes Moura, da Agência Estado

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